A experiência de se enlamear - Dia 22\02

"A Igreja em saída é uma Igreja com as portas abertas. Sair em direção aos outros para chegar às periferias humanas não significa correr pelo mundo sem direção nem sentido. Muitas vezes é melhor diminuir o ritmo. pôr de parte a ansiedade para olhar nos olhos e escutar, ou renunciar às urgências para acompanhar quem ficou caído à beira do caminho. (EG 46)


                        Final de semana de muita chuva em Óbidos, e fim de semana cheio. No Sábado debaixo de muita chuva realizamos a formação para os catequistas, mais de 50 pessoas participaram deste momento tão rico. No Domingo, a chuva não deu trégua, e era o dia tão esperado aqui na Paróquia, pois marcamos a abertura oficial da CF 2015 com uma grande caminhada pelas ruas da cidade. Claro que essa chuva de dois dias prejudicou muito a participação de muitas pessoas na caminhada, principalmente as nossas comunidades do interior. Com a forte e constante chuva  que caiu as estradas ficam praticamente impossibilitada de serem utilizadas, impedindo assim  que as pessoas transitassem por elas.  
                Mas essa chuva não impediu que a caminhada acontece-se, com a participação de crianças, jovens, adultos e até idosos. A concentração aconteceu na comunidade São José Operário, que preparou com muito carinho o espaço para acolher a todos. Durante a caminhada as pessoas levavam cartazes e faixas e iam refletindo o tema da CF deste ano; Fraternidade: Igreja e Sociedade. E o lema; "Eu vim para servir". Durante a caminhada muitas pessoas observam das casas demonstrando a adesão a iniciativa, a comunidade Cristo é o Senhor nos esperava em sua Igreja e também se juntou nessa grande macha.  Até mesmo o Bispo Diocesano não teve medo da forte chuva e caminhou junto com os fieis.
      Ao chegarmos na Igreja de Santa Terezinha aconteceu uma solene celebração presidida pelo próprio Bispo Diocesano Dom Bernardo. Após a missa aconteceu uma grande festa pela ocasião do aniversário de ordenação do Pe; José Mauricio. 
        Foi um dia cheio, mas rico em grandes lições. Primeiramente foi contagiante a animação de algumas pessoas com a caminhada mesmo com toda a chuva, em especial da Irmã Adriana, que em nenhum momento pensou ou manifestou seu pensamento em não acontecer a caminhada, sempre afirmando que iria acontecer, foi uma atitude firme e contagiante. A caminhada também foi marcante, principalmente pela simplicidade e humildade de tudo, mas algo que me chamou muito atenção foi as ruas que passamos, sempre ruas com muito barro, era impossível não ficar enlameado. Chegamos na Igreja com muito barro, e foi impossível deixar de recordar a famosa frase do Papa Francisco na Evangelii Gaudium; "Prefiro uma Igreja acidentada, ferida, enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças."  

        Termino o dia muito cansado, mas muito realizado pois tivemos a coragem de deixar a comodidade de ficarmos em casa neste dia chuvoso e fomos para ruas, colocamos os pés na lama. Que essa nossa simples atitude nos ajude a entender o desejo do nosso santo padre para que sejamos uma Igreja que não fica esperando, mas que vai ao encontro. E aqui nessa terra abençoada por Deus vejo isso de maneira muito clara, temos muitas pessoas distante da Igreja, mas que precisam de nós. Pessoas que não tem uma real condição de sobreviver, não tem saneamento básico, não tem direto a saúde, a educação, não tem direito de ter uma moradia descente para uma família. E essas pessoas estão a margem, sem direito a voz nem vez, e precisam de nós. Este ano a CF nos traz o tema da "fraternidade; Igreja e Sociedade", e uma sociedade é sociedade quando todos participam do conviver, do decidir e não permitem a exclusão de uma pessoa. 
          O Concílio Ecumênico Vaticano II recordou que a igreja é Reino de Deus, Povo de Deus. Assim, é o novo Povo de Deus. Os cristãos, como participantes da sociedade, levam seus valores e compromissos, ajudam a construir uma sociedade justa e de paz. A Igreja, as comunidades de fé, os cristãos, são ativos na sociedade. Eles, pelo diálogo e caridade, cuidam dos excluídos da sociedade. Sendo assim espero que simples atitudes como a de hoje, nos leve a compreender isso, que possamos gritar por aqueles que não tem força de gritar, e assim possamos buscar uma sociedade mais digna, com justiça, paz e igualdade. 



        






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